Salve, simpatia!

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Salve, simpatia!

Sabe aquela pessoa que ignora seus cumprimentos e permanece olhando o display dos andares do elevador, como se este, de alguma forma, fizesse trajeto diferente? Pois é.

Sabe aquela senhora com quem você cruza no corredor, incapaz de retribuir aos seus “bons dias”? Então.

Recentemente uma pesquisa concluiu que esse tipo de gente é o que mais precisa de esforços para conseguir sucesso pessoal. Como se a gente já não soubesse, não é mesmo?

Outro dia ouvi uma pessoa vangloriar-se de não precisar – e não querer – ser “simpática”. “Coisa de incompetentes!” concluiu, equivocada.

Uma das qualidades mais valorizadas no restrito mercado dos bem sucedidos é a simpatia. Em MBAs, um dos conselhos para quem pretende chegar a CEO de alguma grande empresa, é ser simpático – sempre e para sempre. Quem não nasceu assim, aprende; da mesma forma que se aprende boas maneiras, português (pelo amor de Deus), inglês, música, informática… Sim, simpatia é uma arte.

Alguns abençoados por Deus e pela natureza (como a saudosa Zilda Arns) nasceram com um jeito especial de tratar os outros e se tornarem bem vindos, onde quer que seja. Outros, espertos, aprendem com esses e com especialistas. Finalmente (e infelizmente) existem os que parecem nem perceber o quanto são… ásperos. José Serra é o tipo que pede voto no mesmo tom com que passa um pito. Em algumas ocasiões, conheci a antipatia do então Ministro da Saúde, cujo mau humor e carranca eram famosos. Era um alívio quando partia, enfim. (Talvez explique alguma coisa; enfim de novo.)

Na prática, faz diferença ser simpático? Muita! Primeiro, os simpáticos conseguem tudo, inclusive ajuda, com menos esforço que os toscos, digamos assim. Não é ótimo?

Está comprovado que líderes simpáticos conseguem desenvolver outra qualidade fundamental na gestão de pessoas: empatia. Em suma, chefes agradáveis se colocam mais facilmente no lugar dos demais.

Até num momento difícil, (se você conseguir se controlar) a simpatia lhe será útil. Se for impossível, ajudará no pedido de desculpas.

Empresas consideradas “as mais simpáticas do ramo” têm em comum o hábito de “enxergar e ouvir” o cliente na venda e manter pós vendas atenciosos – a isso se chama “atender”, algo muito mais difícil que vender, mas que fideliza, realmente, o cliente. Quem não gosta de simpatia?

Durante alguns anos, participei de trabalho muito interessante com servidores de um banco local. Um dos nossos melhores momentos foi “aprender a ser simpático”- sem ser artificial ou chato, afinal, para tudo se tem medida, inclusive para a simpatia. ( “Puxassaquice” é outra coisa, argh!)

Primeiro, enxergue (de fato) as pessoas em sua volta. Cumprimente a todos; “bom dia!” não custa nada e rende muito. Faça disso um hábito e insista com resistentes. “Todos” quer dizer to-dos: porteiro, guarda, sua empregada e a do vizinho que está no elevador. O cara com quem você cruza no corredor da repartição todos os dias. Bom dia!

Uma das primeiras palavras que o ser humano escuta é o próprio nome, por isso memorizá-los é muito, muito importante. Pelo menos daqueles com quem se relaciona; repita seus nomes durante a conversa, escreva-os nos bilhetinhos… Como você, todo mundo adora ouvir o próprio nome… Num tom agradável, é o céu!

Não se furte a elogiar o que lhe agrada, de fato. Seja um corte de cabelo, uma pasta, um parecer… Todos têm algo bom a ser notado, mas o mundo parece insistir no negativo, já notou?

Tente ouvir, mais que falar. Um bom ouvinte é sempre bem vindo.

E nunca (nunca, ouviu bem?) “derrube” quem quer que seja onde este convive e pode ouvir – ou ficar sabendo. Já passei por isso e foi horrível ouvir a pessoa falando de mim (sem me conhecer!) sem perceber que eu estava presente; os outros, pálidos e atônitos…

Horrível, imperdoável e inesquecível.

>Podre de Chique!

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Recentemente ouvi de uma formadora de opinião que certa pessoa era ‘muito, muito elegante’, um modelo a ser imitado. Então tá! Fiquei quieta, a vida me ensinou que nem sempre se deve emitir opiniões; aliás, o melhor é ‘quase nunca’, enfim, chega de levar coice por abrir a boca.
Não sei se estou ficando ultrapassada, se meus conceitos estão um tanto “retrôs”, como diria a filha de um amigo; confesso que para mim, elegância é outra coisa.
Admiro (sinceramente) pessoas bem vestidas, que têm um traje arrojado para cada uma dessas ocasiões que para nós (os que apenas se apresentam bem ou mais ou menos…) nem sempre são “especiais”. Existe uma enorme injustiça com mulheres bem cuidadas, que freqüentemente recebem a pecha de fúteis; pura inveja de quem não consegue ser caprichosa.
Adoro essas patricinhas e patriçonas modernas, que estão sempre com a cabeleira no lugar, maquiagem tinindo, perfume da hora, sapatos lindos de chorar, bolsas capazes de fazer uma mortal comum comer um crime. Até os cães dessas mulheres são chiques, bem tratados!
E elas parecem não suar! Mais que um “personal-ventilator”, capaz de deixar o cabelão sempre assim, quase voando (para trás, claro!), elas devem ter um dispositivo de resfriamento de ar por baixo das roupas. A pele não fica melada, o batom não racha. Ah… Os pêlos não crescem nunca, uau!
Sempre defendi as mulheres que não deixaram que a maternidade e o tempo acabassem com a vaidade e a capacidade de se apresentarem impecáveis a qualquer hora, como se nunca usassem um camisetão velhinho, um par de havaianas surradas ou o cabelo desgrenhado de quem acabou uma faxina. Imagino-as comendo caranguejo toc-toc, com o maior charme. Esse era meu sonho, adoraria ser assim, verdade!, tanto que tenho pinças e umas garrinhas, chiquérrimas, para usar lá na AP, mas nunca aprendi a tirar caranguejo, sou uma lástima!, voa unha pra todo lado.
O fato é que elegância vai além de estar bem vestida ou com cabelo bem cortado; apesar de ser fundamental, claro! É alguma coisa que vem de dentro, que emana em cada gesto e aí sim, coroa com brilho espetacular as que, ainda por cima, são chiques.
Nem sempre é isso que a gente vê.
Nada é mais deselegante que essa cara de tédio, esse ‘saco cheio de tudo e de todos’, um filme chato, eternamente em cartaz. Tampouco tentar se tornar uma pessoinha difícil, do tipo que não dá bola pra ninguém, não prestigia as festinhas ‘marromenos’ dos amigos ou faz um pequeno esforço para reconhecer as pessoas com quem cruza no shopping. Ou no Boteco, mesmo que seja parente distante…O pior que esse tipo é o mais comum. Gente que ‘se acha’ e não cumprimenta, que jamais lembra seu nome, que chama garçons com desdém, que acha que deveria estar sempre na melhor mesa ou quer que você saia da mesa onde estava para que fiquem à vontade; que é sempre ‘um amor’ com fotógrafos mas trata a maioria como seres inferiores…
Mesmo que se cubra com as melhores griffes e que, para meu desespero, pise nos outros com as solas vermelhas de um legítimo Christian Louboutin; (eu falei le-gí-ti-mo!) ainda assim, falta muito para aquela elegância que a gente tem certeza que não vem só do berço, vem da alma. Trocando em miúdos, ser um belo cabide é quase fácil; basta ter grana, estilo e um bom corte de cabelo.
Elegância não custa caro mas não é para qualquer um. Ser agradável, descomplicado e bem humorado é ‘o máximo’! Retornar ligações, parabenizar amigos, evitar excessos de sinceridade, não brigar com familiares em público, saber elogiar e agradecer os elogios que recebe; agradecer, agradecer e agradecer sempre -isso sim! – é coisa de pessoas – homens e mulheres – elegantes! Quando têm bom gosto, aí se tornam absolutamente chiquérrimos. Um arraso!